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Ano começa sob a sombra dos crimes que marcaram 2020

policia

As investigações de um desaparecimento ocorrido em uma noite de Natal, o espancamento até a morte de um cliente negro em um supermercado, a queda de um garoto de 5 anos de um prédio, quando deveria estar sendo cuidado pela patroa da sua mãe. Estes são alguns dos crimes que tiveram intensa repercussão ao longo de 2020.

A história da empresária Lucilene Maria Ferrari, de 48 anos, moradora de Porto Ferreira, no interior de São Paulo, ainda é misteriosa. Os familiares e amigos estão tomados pelo sentimento de angústia por não conhecer o destino da mulher que desapareceu na véspera do Natal de 2019.

Lucilene teria sumido após uma discussão com o namorado, Vanderlei Meneses dos Santos, ocorrida no hotel de sua propriedade. O homem, que se tornou suspeito, negou várias vezes envolvimento no desaparecimento da empresária. Em março, ele foi detido, mas acabou solto depois de 60 dias.

Caso Isis Helena

A pequena Ísis Helena, de 1 ano e 10 meses, teve o corpo descartado dentro de uma mochila, às margens de um rio, na zona rural de Itapira, no interior paulista, onde morava com a mãe, acusada de ser responsável pela morte da bebê.

Jennifer Natalia Pedro, de 21 anos, está presa desde abril deste ano, depois de ter avisado a polícia onde estava enterrado o corpo da menina nos cerca de dois meses em que Ísis ainda era tida como desaparecida.

A jovem havia dito anteriormente que a criança, que fazia uso de remédios controlados, teria sofrido uma convulsão e se asfixiado com o próprio leite. À Polícia Civil, a mãe alegou que a filha teve febre por volta da meia-noite, e que ministrou o medicamento ibuprofeno.

Em seguida, Jennifer teria dado mamadeira com leite para a bebê e ido dormir, por volta das 4h. Às 6h15, ela teria acordado e encontrado a menina já "fria". Ísis Helena "tinha espuma e leite nos cantos da boca". Ainda de acordo com a versão, a menina teria sofrido convulsões e morrido por asfixia.

Caso João Alberto

João Alberto Silveira Freitas, um cliente negro, de 40 anos, foi espancado e morto por dois seguranças brancos em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, no fim da noite de 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra no Brasil. Um dos agressores era um policial militar temporário.

O caso gerou uma série de manifestações antirracistas na capital gaúcha e em outras cidades do país. A força dos protestos motivou um posicionamento oficial da direção do Carrefour sobre a morte de João Alberto e o anúncio de medidas para combater o racismo estrutural no quadro de funcionários e colaboradores da empresa.

A Polícia Civil gaúcha indiciou seis pessoas por responsabilidade no crime. Além dos dois vigilantes e da fiscal da loja, que estavam presos desde o dia do assassinato, outros três funcionários foram indiciados por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e asfixia por meio de sufocação indireta. Os acusados podem enfrentar um júri popular.

No dia 17 de dezembro, o Ministério Público gaúcho ofereceu denúncia contra os seis acusados pelo assassinato.

Caso Miguel

O menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morreu no dia 2 de junho, após cair de um prédio de luxo em Recife (PE). Sem aulas por causa da pandemia do novo coronavírus, ele teve de acompanhar a mãe ao trabalho, em um apartamento no quinto andar do edifício.

Miguel era filho de uma empregada doméstica que trabalhava na casa do prefeito de Tamandaré, cidade no litoral sul do estado pernambucano. Mirtes Renata Santana teve que sair para passear com o cachorro da família e deixou o filho com a patroa. "Eu confiei meu filho uma vez a ela e foi fatal", desabafou.

 

Fonte: r7

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